Plano Safra: Aprosoja considera positiva queda dos juros do BB, mas esperava mais
Análise feita pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) aponta redução média de 22% nas taxas de juros das linhas pré-fixadas do Banco do Brasil para o Plano Safra 2020/2021, quando comparadas com aquelas que foram praticadas no ciclo 2019/2020. Embora considere isso positivo, a entidade diz que esperava uma queda maior.
Nessa quarta-feira 1º, o BB anunciou R$ 103 bilhões para as linhas de financiamento do Plano Safra 2020/2021. O valor é 11% maior que o investimento feito na temporada 2019/2020.
Segundo a Aprosoja, a redução já era esperada, tanto pela divulgação do Plano Safra 2020/2021, quanto pelos sucessivos ajustes na Taxa Selic nos últimos meses.
Mesmo avaliando como positiva as reduções das taxas de juros para incentivar o setor, o vice-presidente da Aprosoja, Fernando Cadore, assinala que “era aguardada queda ainda maior.”
Para ele, “é preciso agora ampliar o debate sobre o custo operacional das instituições financeiras e o spread bancário das linhas de crédito agrícola para que esses patamares se aproximem mais da Selic e também diminua o custo do governo com subvenções”.
Cadore destacou ainda que a produção de alimento é estratégica para qualquer país, e o Brasil é um dos poucos lugares do mundo com capacidade para aumentar produção. “Todavia, para elevar a produção são necessários juros ainda mais acessíveis para o crédito agrícola”.
Lançamento
O lançamento do Plano Safra do Banco do Brasil ocorreu em evento que contou com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, do presidente do BB, Rubem Novaes, e do vice-presidente de Agronegócios e Governo do BB, João Rabelo
Dos R$ 103 bilhões disponibilizados pelo BB para investimentos na safra 2020/2021, R$ 61 bi serão destinados para custeio e R$ 17,5 bi para investimentos. O banco reservou R$ 1 bilhão para ampliação da capacidade e infraestrutura de armazenagem.
Em Mato Grosso, o BB já está trabalhando com as novas taxas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), divulgadas recentemente pelo Banco Central do Brasil.
Abaixo, a tabela do custo financeiro das linhas do FCO, de acordo com o porte de faturamento e operação, com bônus e sem bônus de adimplência: