Agropecuária

Escoamento da safra de soja deve aumentar frete rodoviário até 15% este mês

Foto: Madson Maranhão/Gov. TO

Do Broadcast

O frete rodoviário nas principais rotas agrícolas deve subir de 10% a 15% neste mês em meio ao auge do escoamento da safra nacional de soja 2021/22. A estimativa é do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log).

“Inicialmente, quem empurra os preços é o Centro-Oeste, primeira região a colher. Nesta primeira quinzena, devemos ter o pico das atividades na região, especialmente em Mato Grosso. Na segunda quinzena do mês, os caminhões tendem a se direcionar a outras áreas, como o Paraná”, avalia o pesquisador do Esalq-Log, Fernando Pauli de Bastiani, ao Broadcast Agro.

Segundo De Bastiani, a tendência de aceleração da alta é observada desde a última quinzena de janeiro. Em MT, por exemplo, as cotações do frete já aumentaram ao longo do mês passado.

De acordo com dados do Esalq-Log, em rotas de maior fluxo, o custo para transporte de grãos subiu expressivamente no mês passado, como o trecho entre Sorriso (MT) e Itaituba (PA), em que o frete teve alta de 40% em janeiro, encerrando o mês na média de R$ 290 por tonelada ante os R$ 207 por t observados no fim de dezembro.

Níveis recordes

De Bastiani explica que as cotações do frete iniciaram a safra acima das médias históricas. “Iniciamos a safra já com patamares elevados porque partimos de 2021 com fretes muito altos diante de exportações atípicas no fim do ano passado e pelo reflexo dos aumentos dos valores do óleo diesel. Os preços já estão superiores aos da temporada passada”, diz, mencionando que algumas localidades entraram nesta temporada com níveis recordes de cotações de transporte de cargas.

Em contrapartida, na avaliação do pesquisador do Esalq-Log, nesta temporada não haverá a concentração da colheita do grão, diferentemente do ciclo passado, o que pode amenizar o incremento das cotações do frete rodoviário.

“O escoamento da safra não será em período tão estreito como foi no ano passado, quando várias regiões colheram juntas. Neste ano, a janela de colheita e a movimentação tende a ser um pouco mais espaçada”, pontua o pesquisador.

“No momento, a demanda mato-grossense já tira caminhões disponíveis de outras regiões, mas quando os trabalhos de campo avançarem em outros estados, Mato Grosso possivelmente terá terminado a retirada da oleaginosa”, sublinha De Bastiani.

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