Museu Nacional: passado, presente, futuro. Na memória de Ana Júlia, 7 anos

Por João Pedro Netto
Levei Ana Julia ao Rio recentemente, há coisa de dois meses. Ficamos quase uma semana na cidade, fizemos vários passeios, alguns que certamente parecem muito mais divertidos pra uma criança. Mas o Museu Nacional foi um dos preferidos, na listinha dela. Tivemos uma manhã super agradável na Quinta da Boa Vista. Vimos fósseis de dinossauros, meteoritos, itens do Império, de povos indígenas, muita coisa legal. Acho que foram as múmias que chamaram mais a atenção dela, junto com a coleção de borboletas. Um passeio sem pressa, divertido, que ela adorou. Eu também. Não conhecia o museu. Lá aprendemos um monte de coisas juntos, nos aproximamos. Ela, curiosa que é, me deixou sem respostas um tanto de vezes.
Esse tipo de possibilidade também se perde, coisa meio difícil de mensurar, subjetiva. As oportunidades que o espaço oferece, de ver, como eu vi, curiosidade surgir, interesse despertar. Oportunidade, por exemplo, pra um momento bonito e muito rico entre pai e filha – que, no nosso caso, tenho certeza, ela vai guardar na memória, apesar de nova.
Vimos, sim, também, paredes descascando, imperfeições, tapumes, obras, salas fechadas… mas também um lugar bonito, construção imponente, história viva, funcionários interessados, turmas inteiras de escolas. Pesquisadores em um seminário científico. Sem falar no que não vi, pesquisas, estudos, biblioteca….
É bem clichê, mas acho mesmo que um pouco do nosso futuro vai junto com esse passado. Grande perda material, mas também imaterial e intangível, bem sintomática mesmo desses tempos…