China deve aumentar ainda mais compras de produtos agropecuários do Brasil
A demanda chinesa por alimentos deverá aumentar de forma estável em longo prazo, o que fortalecerá ainda mais a parceria comercial com o Brasil, segundo o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. No primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras de produtos agropecuários para o país asiático cresceram mais de 30%, apesar do cenário de pandemia de coronavírus.
Wanming falou sobre as compras chinesas de alimentos do Brasil e as relações comerciais entre os dois países nessa quinta-feira 20, durante videoconferência com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, representantes de entidades do setor agropecuário e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) O encontro virtual foi promovido pela Embaixada da China.
Além de avaliar o impacto da pandemia no comércio de produtos agropecuários entre Brasil e China e o futuro da cooperação bilateral no setor, a reunião serviu para que os participantes pudessem discutir formas de fortalecer a cooperação entre os países.
O presidente da CNA destacou a importância que o mercado chinês tem para o agro brasileiro e o potencial para ampliação das exportações. Segundo João Martins, a entidade vem fortalecendo a sua área internacional e promovendo ações para que o Brasil possa diversificar a sua pauta de exportações com produtos lácteos, peixes, frutas e mel, entre outros.
Uma dessas iniciativas foi a abertura de um escritório da Confederação em Xangai. “Precisamos inserir mais produtores nessa boa relação com a China”, afirmou João Martins.

Parceria no setor agropecuário
Uma análise feita pela CNA com base nos dados divulgados pelo Ministério da Economia mostra que a China foi, de janeiro a julho, o principal importador de produtos agropecuários do Brasil, sendo destino de 39,2% dos embarques. A receita gerada com as exportações para o país asiático foi de US$ 24 bilhões no período.
O embaixador da China lembrou a complementariedade que existe na relação entre os países e considerou a parceria no setor agropecuário sólida, dinâmica e com potencial para crescer.
Wanming disse que a China aumentou os cuidados com a segurança alimentar, mas que confia no serviço de inspeção sanitária e na transparência das autoridades brasileiras.
“Somos duas potências no setor agrícola e podemos aprender um com o outro. A China está disposta a fazer com que essa cooperação possa crescer ainda mais e subir a um novo patamar”, afirmou o embaixador.
O encontro também contou com a participação do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara; do diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira; e da superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli; o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; e o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Castanho Teixeira Mendes, também participaram do encontro. O Ministério da Agricultura foi representado pela assessora especial para Temas de China, Larissa Wachholz.