Agropecuária

Morre Zoé Silveira d´Ávila, ícone da avicultura moderna

Foto: Divulgação

Morreu ontem (sexta-feira, 24), Zoé Silveira d´Avila, um dos maiores impulsionadores da avicultura brasileira, tendo sido presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA) por mais de 10 anos, presidente do então Grupo Sadia nas décadas de 1980 e 1990 e presidente da Fundação Attilio Fontana por 14 anos nas mesmas décadas.

Médico clínico e cirurgião, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Zoé Silveira d’Avila faleceu aos 101 anos, de causas naturais, em São Paulo. Ele foi vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Sadia (hoje BRF S.A.) de 1980 a 1987 e presidente de 1987 a 1992. Voltou a fazer parte do colegiado de 1998 a 2001. Também presidiu a Fundação Attilio Francisco Xavier Fontana, hoje BRF Previdência, de 1983 a 1996.

Foi vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias Alimentícias (ABIA) de 1982 a 1995 e conselheiro da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Em 1996, assumiu a presidência da UBA (atualmente Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA), entidade encarregada de representar, promover e fomentar o desenvolvimento da avicultura e da indústria avícola brasileiras em todas as áreas, tendo sido seu presidente por seis mandatos consecutivos, até 2008, acumulando a vice-presidência da Associação Latino-Americana de Avicultura (ALA).

Preocupação com sanidade e qualidade

O diretor-presidente da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), Ariel Mendes, conta que trabalhou na UBA com Zoé por mais de 10 anos e que ele teve um papel muito importante na Sadia, uma empresa que prezava pela qualidade:

“Por ser médico, tinha a noção da necessidade de aspectos sanitários e no cuidado da saúde como um todo.  Levou isso para a UBA como um líder associativista, principalmente a importância de primar pela qualidade. Foi um dos responsáveis o trabalho de prevenção de influenza aviária e tinha noção dos impactos na avicultura brasileira caso ocorresse a enfermidade no Brasil.”

De acordo com Mendes, Zoé mostrou para a comunidade, através de um amplo trabalho de comunicação, o sistema de prevenção e que todos se preparassem para doenças como a influenza aviária. “Foram contratados à época três jornalistas para fazer um trabalho junto aos formadores de opinião, como médicos, infectologistas e mostramos que era baixo o risco para humanos”, afirma.

O receio, segundo Mendes, era que, caso fosse registrada a influenza aviária, por exemplo, no Brasil, profissionais ficassem com receio de entrar nas plantas frigoríficas. “Foram realizados workshops no país todo e, em um trabalho pioneiro, levamos apresentações sobre sanidade e mostramos a importância da avicultura para o país. Zoé foi um ícone da avicultura moderna”, lembra Ariel Mendes. “Neste momento, a Facta presta toda a homenagem e deseja apoio e força a toda a família.”

O corpo está sendo velado no Cemitério do Murumby, das 10h às 13h. Rua Dep. Laércio Corte, 468, Morumbi, São Paulo (SP). E-mail para condolências: eduardo9davila@gmail.com.

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