Cooperativismo

Tirso Meirelles destaca legado da Faesp para o fortalecimento do agro

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) recebeu em sua sede, neste domingo (14), jornalistas para o Fórum Faesp de Imprensa do Agronegócio. O evento tratou de assuntos relevantes do agro junto aos meios de comunicação.

O presidente do Sistema Faesp/Senar-SP, Tiso de Salles Meirelles, fez a abertura do Fórum destacando a resiliência e determinação para manter o legado de Fábio de Salles Meirelles – um dos grandes responsáveis pelo fortalecimento da Federação e também do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) – não somente no Estado de São Paulo, mas também em todo o país.

“A diretoria da Faesp, o Senar São Paulo e toda a rede de sindicatos rurais estão comprometidas em manter o legado de Fábio Meirelles e também avançar para que o setor continue forte e resistente a todos os desafios que surgirem”, disse Tirso.

Ao longo do Fórum, áreas técnicas do Sistema Faesp/Senar-SP realizaram uma exposição detalhada das atribuições de cada setor:

Departamento Econômico – Equipe multidisciplinar na elaboração de pareceres, pesquisas e projetos voltados ao agronegócio;

Departamento Jurídico – Equipe que atua na análise de questões jurídicas envolvendo os produtores rurais e o campo;

Senar-SP – Coordenação dos cursos voltados à qualificação dos produtores e trabalhadores rurais;

Sindicatos Rurais – Área da Faesp que faz a interface da Federação com os sindicatos, a fim de garantir a representatividade o setor produtivo paulista na proteção dos direitos dos produtores;

CAESP – O Centro de Agricultura do Estado de São Paulo coordena as parcerias de empresas fornecedoras com sindicatos;

Departamento de Sustentabilidade – Desenvolvimento e implementação de estratégias eficientes, eficazes e efetivas para apoiar os produtores e proprietários rurais quanto às questões ambientais, sociais e econômicas que impactam a atividade agropecuária e sua qualidade de vida.

Semeadoras do Agro – Comissão que estimula empreendedorismo feminino no campo e coordena ações voltadas à saúde da produtora e trabalhadora rurais.

Qualidade de vida no meio rural

Outros tópicos abordados referem-se à atuação institucional da Faesp para a infraestrutura e qualidade de vida no meio rural: a importância do Sistema Faesp/Senar na Agenda Global 2030 com ações em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU; a política de segurança ao produtor rural e fomento ao direito de propriedade; e a inovação com foco na Inteligência Artificial, que será o foco do centro de formação rural de alta performance em São Roque, cujo projeto foi lançado recentemente pela Faesp.

Tirso Meirelles reforçou ainda que a atuação do Sistema Faesp/Senar-SP e sindicatos rurais está direcionada por quatro pilares que fazem parte da essência do trabalho das instituições: Defesa do homem e da mulher do campo; Tecnologia e Inovação; Transparência; Legado. “Precisamos agora de um Plano Nacional do Agronegócio, em que todos juntos tomemos medidas para assegurar que os produtores rurais continuem com condições de aumentar sua produtividade, garantindo emprego e renda no campo”, disse Tirso.

Leia a carta que o presidente da Faesp, Tirso Meirelles, divulgou ao final do evento:

“Por uma política de médio e longo prazos para o agro”

Por Tirso Meirelles//Presidente da Faesp

“Os desafios da agropecuária brasileira são dinâmicos e crescentes, uma vez que o setor é orgânico, composto por plantas, animais e movida por pessoas, que incorporam e refletem as demandas e anseios da sociedade moderna, sempre em evolução.

Assim, a modernização da agropecuária é um processo contínuo que impele o setor a implementar sistematicamente novos conceitos, sistemas, práticas e tecnologias, visando a redução de desperdícios, a conciliação entre produção e conservação ambiental, racionalização do uso de recursos escassos, aumento da produtividade e qualidade dos produtos, dentre outros objetivos.

E esse processo de modernização setorial se dá em um ambiente de muita incerteza. No cenário  internacional, temos guerras, conflitos étnicos e religiosos, enfraquecimento das instituições  multilaterais e busca por nova reconfiguração geopolítica. No cenário doméstico, temos uma fragilidade institucional, um ambiente macroeconômico desafiador e problemas sociais que continuam se agravando. Vale lembrar que, nos Estados Unidos, o plano agrícola é votado no Congresso, com previsão de cinco anos, com todas as metas e programas. Aqui, vivemos ano a ano as expectativas e incertezas relativas ao Plano Safra.

O agronegócio não é inerte a esses cenários, não está alheio ao que ocorre no seu entorno. Ao contrário, seu potencial de desenvolvimento é condicionado por esses fenômenos e todos nós que integramos os setores público e privado precisamos compreender isso.

É importante garantir a segurança jurídica para que o produtor rural continue a ser o grande motor da economia nacional. Da mesma forma, é essencial que as políticas voltadas ao setor agropecuário sejam mais que simples assinatura em documentos. Os recursos prometidos precisam chegar de forma urgente àqueles que vivem do campo.

As ações e as políticas têm um custo e precisamos abandonar o casuísmo e o populismo de curto prazo para privilegiar o desenvolvimento harmônico de longo prazo. Precisamos de menos movimentos conjunturais reativos e mais políticas estratégicas de Estado. Faz-se necessário a construção de um plano que seja muito mais que ações pontuais, mas uma política de Estado, em prol do agronegócio, que é um dos principais elementos do superávit da balança comercial brasileira. Muitos dos desafios que temos, a exemplo da infraestrutura de logística, transporte e armazenagem, sustentabilidade, dependem de projetos e investimentos que maturam com oito anos.

Do mesmo modo, ganhos futuros de eficiência e produtividade no campo dependem de investimentos em pesquisa e inovação hoje. Sem planejamento, orçamento e incentivos sistemáticos à pesquisa, comprometeremos os resultados futuros do setor.

A agropecuária brasileira precisa de políticas e ações que fortaleçam as seguintes áreas:

* infraestrutura e logística, com destaque para transporte e armazenamento;

* pesquisa, tecnologia e inovação;

* defesa agropecuária;

* conectividade no campo;

* instrumentos financeiros e de gestão de riscos (crédito e seguro);

* acesso a mercados;

* segurança no campo;

* sustentabilidade, com equilíbrio entre produção e preservação;

* diversificação e integração da produção, além de agregação de valor; e

* melhoria do ambiente de negócios (menos burocrático, com um estado mais leve e que privilegie à

iniciativa privada, com legislação trabalhista, tributária e ambiental mais simples e objetivas).

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) trabalha em prol desses ideais, na certeza de que todos os esforços nessa direção favorecem os produtores, a agropecuária e o agronegócio. Continuaremos sempre colaborando com os poderes constituídos, buscando políticas mais eficazes e assertivas, capazes de criar um melhor ambiente de negócios para as empresas rurais e todo o ecossistema que compõem o agronegócio paulista e brasileiro.

Contudo, as grandes construções são coletivas, juntos somos mais fortes. Para tanto, devemos promover a união e harmonia dos produtores e do nosso sistema de representação setorial. E precisamos fazer isso porque os produtores e trabalhadores rurais que compõem à agropecuária são base, o alicerce de tudo que move o nosso vigoroso agronegócio. É urgente que haja uma união de esforços em prol do futuro. Pensar um Plano Nacional do Agronegócio, com metas e expectativas, pode ser um caminho importante na valorização do homem do campo e na construção dessa política de médio e longo prazo que tanto nos faz falta.

Vamos fazer a nossa parte, vamos implementar projetos por meio de nossas entidades para fortalecer e contribuir com essas áreas chave para o desenvolvimento sustentável da nossa agropecuária. Com certeza, com espírito público, união, parcerias e muito trabalho elevaremos o padrão de desenvolvimento do agronegócio e, assim, continuaremos impulsionando o nosso Brasil.”

 

 

AGROemDIA

O AGROemDIA é um site especializado no agrojornalismo, produzido por jornalistas com anos de experiência na cobertura do agro. Seu foco é a agropecuária, a agroindústria, a agricultura urbana, a agroecologia, a agricultura orgânica, a assistência técnica e a extensão rural, o cooperativismo, o meio ambiente, a pesquisa e a inovação tecnológica, o comércio exterior e as políticas públicas voltadas ao setor. O AGROemDIA é produzido em Brasília. E-mail: contato@agroemdia.com.br - (61) 99244.6832

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