Anunciado plano para impulsionar cadeia produtiva do feijão

O Plano Nacional da Cadeia Produtiva do Feijão será lançado em fevereiro do próximo ano, anunciou nesta quinta-feira (7) o Ministério da Agricultura. O plano também conterá ações voltadas ao cultivo de pulses (lentilha, grão de bico e ervilha). Além de serem cada vez mais consumidas no Brasil, essas leguminosas têm forte participação no mercado externo, especialmente na Ásia.
Entre outras ações, o plano deverá servir para realizar um diagnóstico da cadeia produtiva do feijão e pulses. O governo e os produtores pretendem apresentar medidas para vencer os entraves ao desenvolvimento dessas culturas. Isso permitirá uma melhor organização do setor, a fim de estimular ainda mais o consumo interno de pulses e de contribuir para atender a demanda global.
O mercado nacional do feijão e pulses representa R$ 16 bilhões. O Brasil é hoje o maior fornecedor de feijão, contando com três safras em quase todos os estados, totalizando, em média 3,3 milhões de toneladas/ano. Na Ásia, a demanda por pulses é superior a 4 milhões de toneladas.
Segundo o secretário-executivo do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses, Egon Schaden Júnior, o país tem grandes desafios para superar por meio do Plano Nacional da Cadeia Produtiva do Feijão. “O primeiro são os registros de novos defensivos. Algumas variedades de feijão e de pulses ainda não têm produtos específicos e registrados, o que não permite a rastreabilidade da produção.”
O segundo obstáculo a vencer é a equalização do ICMS entre os estados para garantir competitividade ao setor. “A guerra fiscal ainda afeta o feijão e outros produtos da cesta básica”, assinala Schaden.
Além disso, acrescenta o dirigente do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses, há necessidade de fazer alterações na legislação sobre classificação (existem feijões tipo 1,2,3), para que haja maior clareza e uniformidade em relação aos padrões das leguminosas. É preciso, reforça Schaden, leis que indiquem parâmetros corretos de avaliação e classificação.
O secretário-executivo do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses também considera essencial promover ações para frear a queda do consumo per capita de feijão no Brasil e desenvolver novas variedades, com investimento em sementes de qualidade e certificadas.
Além do Ministério da Agricultura e do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses (CBFP), o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) e onze entidades que participam da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão estarão envolvidas com a execução do plano.