Produtores de MT cobram melhoria no fornecimento de energia elétrica

Produtores rurais de Mato Grosso, principalmente da região Araguaia, estão sofrendo com as oscilações constantes de energia elétrica. Essa variação na distribuição da energia tem causado prejuízos financeiros e inibido novos investimentos no estado, segundo Edvaldo Belisário, assessor de Relações Institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de MT (Famato) e membro Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de MT (Concel). O conselho quer a melhoria do serviço, que também tem provocado transtornos à população urbana.
“Recebemos constantemente demandas de produtores da região Araguaia, onde a distribuição ainda é precária, dada a distância entre seus municípios”, disse Belisário. Problemas, acrescentou, também foram detectados na área rural de Campo Verde. As algodoeiras e indústrias de fiação têm sofrido com a má qualidade de energia, o que prejudica o processo de produção.
De acordo com Belisário, as principais queixas feitas ao Concel, por moradores das zonas rural e urbana, apontam má qualidade na energia fornecida, falta de atendimento adequado, péssima gestão de relacionamento com o consumidor e o descaso com as reclamações das lideranças comunitárias.
Em busca de solução para o problema, o Concel protocolou documento na Energisa, em Cuiabá, pedindo a melhoria no atendimento ao consumidor, assim como na qualidade do fornecimento de energia elétrica, em obediência às normas da Resolução Normativa nº 414/2010, que estabelecem as condições gerais de distribuição de energia.
Cópias do documento também foram encaminhadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Ager) e ao Ministério Público Estadual (MPE).
Em janeiro de 2018, entra em vigor a tarifa branca, mas, assinala Belisário, o consumidor não tem informações sobre as vantagens oferecidas nem sobre mudanças na fatura com esse novo modelo de cobrança. “Os consumidores querem ser informados sobre o aumento na variação de consumo de energia e as suas vantagens. O que é a fatura branca? O que muda? E outros dados importantes. Essas informações devem ser repassadas ao consumidor de forma simples e de fácil entendimento.”
A economia mato-grossense, observa ele, é concentrada na agropecuária e a atividade tende a crescer consideravelmente, necessitando, além de boa logística de transporte, de adequado fornecimento de energia elétrica.
O representante do Concel entende que como os conjuntos elétricos não são mais separados em urbano e rural, a concessionária deixou de atender com eficiência os consumidores rurais. “Pedimos maior atenção a este setor que hoje detém modernas indústrias do agronegócio, requerendo um atendimento equivalente ao da área urbana pela sofisticação de seus equipamentos”, enfatizou Belisário.
Outro ponto questionado no documento protocolado é a quantidade de fios e cabos ligados aos postes da rede de energia elétrica. O consumidor quer saber qual tipo de norma estabelece a liberação e instalação de cabos de internet, telefonia e televisão em excesso. “O consumidor quer saber quem autoriza tais empresas a instalarem seus cabos de forma totalmente descontrolada”, diz trecho do documento.
Na grande Cuiabá, por exemplo, em quase todos os bairros é possível observar fios expostos. O Concel afirma que o usuário não tem conhecimento se os fios estão ou não ligados à energia elétrica. “Além do péssimo visual causado, podemos citar a falta de segurança das pessoas e dos veículos que transitam nesses locais. Por descuido ou falta de informação, as pessoas podem sofrer algum tipo de acidente”, assinalou o representante do Concel.