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Produtividade impulsiona 80% do crescimento agropecuário brasileiro

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Foto: Embrapa

A agropecuária brasileira cresceu mais de quatro vezes entre 1975 e 2016. Nesses 41 anos, a produção de grãos passou de 40,6 milhões de toneladas para 187 milhões de toneladas e a pecuária aumentou de 1,8 milhão de toneladas para 7,4 milhões de toneladas. A quantidade de suínos cresceu de 500 mil toneladas para 3,7 milhões de toneladas e, de frango, de 373 mil toneladas para 13,23 milhões de toneladas. A expansão é resultado dos ganhos de produtividade do setor.

Os números sobre a expansão da agropecuária brasileira, nessas mais de quatro décadas, fazem parte de estudo elaborado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo o autor do estudo, José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA/Mapa, “os resultados de produção de grãos levaram o país a se tornar um grande produtor de alimentos e um dos maiores produtores e exportadores de carnes”.

Isso, assinala Gasques, é resultado do aumento de produtividade do setor, cuja média de 3% ao ano, nos últimos 40 anos, situa-se entre as maiores do mundo, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Pesquisa e desenvolvimento

Entre 1975 a 2016, 80,6% do crescimento da produção agropecuária no país deveu-se aos ganhos de produtividade. Tamanho crescimento é consequência principalmente de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, conduzidas pelo setor público e privado, além de políticas setoriais, ressalta Gasques.

O salto da produção é atribuído, em boa parte, à melhoria no uso de insumos com efeitos diretos sobre a produtividade. O consumo de fertilizantes passou de 2 milhões de toneladas, em 1975, para 15 milhões de toneladas, em 2016.

O aumento das vendas internas de máquinas agrícolas, juntamente com a sua qualidade, também foram determinantes para a produtividade. Gasques observa que o uso de defensivos agropecuários, de forma preventiva ou curativa, teve grande peso, evitando perda de produtos.

O período estudado (1975-2016) é importante, porque compreende muitas transformações no país. Entre elas, a criação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em 1972, o auge e o declínio da política de subsídios agrícolas, a abertura econômica, a partir dos anos 1980, os planos de estabilização, de 1986 a 1994, redução da participação do governo na política de crédito rural e de preços e outras inovações nas políticas públicas para o setor.

Entre os indicadores de produtividade (mão de obra, terra e capital), o maior crescimento do uso desses fatores tem ocorrido no capital. Para Gasques, o resultado do estudo reflete o que tem sido feito em pesquisa e no uso de novos sistemas de produção, entre eles, o plantio direto, a integração de sistemas produtivos, que trouxeram aumento expressivo na produtividade de produtos, como soja, milho e algodão.

Para realizar o estudo foram analisados os desempenhos agrícolas d nove estados (Pará, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul), que representam 74% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Brasileira (VBP). Estados como Tocantins, Goiás e Paraná lideraram o crescimento da produtividade.

O estudo teve a colaboração de servidores do Mapa e de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).

Da redação, com informações do Mapa

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