Um novo olhar sobre o ensino técnico agrícola

A Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) obteve muitas conquistas em 2018 e planeja para o próximo ano estratégias que levem a um novo olhar ao ensino técnico agrícola e ao trabalho desenvolvido no meio rural, informa a entidade, em nota na qual faz um balanço de 2018 e aponta as perspectivas para 2019.
Segundo o presidente da Agptea, Fritz Roloff, as atividades desenvolvidas ao longo deste ano tiveram o foco voltado às questões pedagógicas de apoio às escolas, buscando reexaminar o perfil do técnico agrícola. O objetivo, acrescenta, é ter um formando com uma visão holística que possa transformar situações no campo.
Para Roloff, a escola agrícola é o instrumento mais importante para que haja uma orientação qualificada junto aos produtores. Diante disso, ressalta que a meta é contribuir com as escolas para que mais jovens possam empreender ações no campo e permanecer na propriedade dos seus pais.
“A sucessão rural está cada vez mais difícil porque um conjunto de condições necessárias não se encontram no campo, e a escola pode abrir portas para que o aluno ache novas oportunidades e tenha uma visão mais ampliada do agronegócio, seja para o grande, médio ou pequeno produtor”, assinala Roloff.
De acordo com o presidente da Agptea, é importante revisar os currículos escolares e inserir o empreendedorismo e a pesquisa. “Hoje, com a internet, a informação está disponível muito mais fácil. No entanto, para formar um cidadão com atitude, com o verdadeiro sentimento de querer avançar, é preciso vivência, depoimento. Isto é, realmente, o fazer diferente na ação pedagógica.”
Roloff também destaca as conquistas alcançadas pela Agptea neste ano, como o Prêmio Folha Verde, entregue pela Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do RS. “Esse prêmio nos honra muito e nos compromete cada vez mais com a busca de novas alternativas, metas e compromissos. Nós escolhemos como principal tarefa defender ações pedagógicas voltadas à qualidade de vida, ou seja, que possamos realmente encontrar situações para que a vida no planeta se sustente melhor. Não podemos ignorar que hoje muitas populações não têm mais acesso à água potável e a poluição nas grandes cidades torna difícil até respirar. Então, isso também faz parte do estudo, da pesquisa, e as escolas, as universidades, têm papel fundamental, e a Agptea também pode contribuir.”
Nesse contexto, a entidade quer fortalecer, em 2019, as ações voltadas à vida no planeta. Roloff observa que é preciso primeiro mudar a lógica do lucro pelo lucro para depois pensar em desenvolvimento sustentável. “Muitas famílias hoje já não têm mais condições de se manter no campo. Nós temos plena convicção de que o ensino agrícola do nosso estado tem muito para contribuir. As escolas querem participar e nós, como associação, queremos validar cada vez mais o trabalho realizado pelas secretarias de estado, Emater e outras organizações, no sentido de somar esforços. Unidos podemos contribuir cada vez mais para a melhoria da qualidade de vida.”