FPA e Mapa avaliam medidas de proteção à cadeia do leite
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) avaliam algumas alternativas para compensar a decisão do Ministério da Economia de não prorrogar as tarifas antidumping do leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. Com isso, a FPA e o Mapa querem garantir aos produtores de leite alguma forma de proteção contra a concorrência desigual de outros mercados.
“A ministra Tereza Cristina [Agricultura] está analisando algumas alternativas”, disse ao AGROemDIA, nesta quinta-feira (7), o presidente eleito da FPA, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS). Segundo o parlamentar gaúcho, que toma posse na presidência da FPA no dia 19 deste mês, a bancada ruralista e o Mapa esperam que a solução para equacionar o problema seja definida ainda nesta semana e apresentada à bancada ruralista já na reunião da próxima terça-feira (12).
“Não podemos correr o risco, por exemplo, de uma eventual entrada de leite em pó da Nova Zelândia, o que traria sérias consequências para a nossa cadeia produtiva leiteira”, enfatizou Alceu Moreira.
Ministério da Economia
Na última terça-feira (5), o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, comunicou que as tarifas antidumping do leite em pó, em vigor desde 2001, não seriam prorrogadas. Conforme o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, Troyjo alegou que não haver possibilidade de dumping.
Na avaliação de Alceu Moreira, é preciso tomar uma medida urgente para apoiar a cadeia produtiva do leite, que reúne 1 milhão e 170 mil produtores, com expressiva participação de médios e pequenos pecuaristas.
O setor, lembrou, tem um alto custo de produção, se comparado com países que concedem subsídios aos seus produtores de leite, e ainda enfrenta a concorrência dos mercados do Mercosul, principalmente o uruguaio e o argentino.
“Temos leite suficiente para abastecer o Brasil, mas não podemos competir com mercados que subsidiam suas cadeias leiteiras, justamente porque nosso custo médio de produção é muito elevado”, pontuou Alceu Moreira. “Por isso”, acrescentou o parlamentar gaúcho, “não podemos deixar o setor vulnerável”.
Em nota, a FPA reforça que a decisão do governo de não manter as tarifas antidumping pode trazer enormes prejuízos a pequenos, médios e grandes produtores e pequenos laticínios.
Nas redes sociais e nos grupos de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, é grande a insatisfação dos produtores com a decisão do Ministério da Economia, ainda mais que o setor enfrentou uma crise no segundo semestre do ano passado, com quatro meses consecutivos de queda do preço do leite no mercado interno.