Pandemia afeta renda de 68% dos produtores de frutas e hortaliças
A pandemia de covid-19 prejudicou, parcial ou totalmente, a rentabilidade de 68% dos produtores de frutas e hortaliças. É o que mostra pesquisa feita pela equipe da revista Hortifruti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
O resultado da pesquisa evidencia que, mesmo sendo uma atividade essencial, o agronegócio teve suas vulnerabilidades expostas pela interrupção ou limitações das vias de comercialização (até então, sem precedentes).
A equipe da revista da Hortifruti Brasil indica que, no geral, parte do setor só não teve prejuízo mais intenso no primeiro semestre porque a oferta da maioria dos produtos foi controlada de março a maio.
No caso das hortaliças, a safra de verão teve a produtividade reduzida e o volume ofertado esteve menor, especialmente para produtos como batata, cebola, cenoura e tomate.
Quanto às frutas, o clima prejudicou a produção, embora as exportações (incluindo de suco de laranja) tenham registrado bom desempenho, limitando a disponibilidade doméstica e reduzindo a pressão sobre os preços.
Retomada gradual das atividades
A partir de junho, com a retomada gradual das atividades econômicas, o consumo de frutas e hortaliças reagiu. No entanto, como a covid-19 persiste, o cenário de desemprego, de queda no poder de compra da população e, consequentemente, de mudanças de hábito do consumidor pode continuar tendo reflexos sobre o setor.
Se as perspectivas de muitas consultorias se concretizarem, o “novo normal”, em termos econômicos, deve ocorrer apenas em 2022. Ou seja, a realidade do hortifruticultor deve seguir alterada por um longo período.
Para enfrentar esse cenário, os entrevistados pela Hortifruti Brasil apontam como principais estratégias o aumento da eficiência, ou seja, incremento na produtividade, e a redução de área.
O alerta, segundo a revista, é que os resultados da pesquisa mostram que uma parcela considerável dos produtores (pouco mais de 20%) não adotou planos de ação para atravessar esse período de dificuldades.
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Da redação, com Cepea