Bolsonaro anuncia veto a projeto de venda de terras rurais para estrangeiros

Da redação//AGROemDIA*
“Falta patriotismo para nós aqui. Não podemos permitir que o Brasil seja comprado”, disse o presidente Jair Bolsonaro, ao anunciar que vetará o projeto de lei que permite a compra, posse e arrendamento de propriedades rurais por pessoas físicas ou empresas estrangeiras, caso o texto seja aprovado pelo Congresso Nacional.
Bolsonaro antecipou a decisão de vetar o projeto durante live nas redes sociais, nessa quinta-feira 24. “Você acha justo vender terras aqui para estrangeiros? Se você vender terra para estrangeiro, ele nunca mais vai revender para ninguém, vai ser território dele.”
O texto, de autoria do senador Irajá Abreu (PSB-TO), já foi aprovado pelo Senado e agora será votado na Câmara dos Deputados.
“Não pode acontecer isso no Brasil. Passou no Senado. Alguns senadores falaram que o projeto é bom. Não me convenceram. Vai para a Câmara. Não sei como a Câmara vai proceder. Se a Câmara aprovar, tem o meu veto. E aí o Congresso vai derrubar ou não o veto”, afirmou Bolsonaro.

Deputados, Schuch, Jerônimo e Brum também são contra o projeto
Conforme o projeto de lei, a compra de terras por estrangeiros deverá ser limitada a 25% do território dos municípios e ocorrerá mediante o cumprimento de sua função social.
Na Câmara, pelo menos três deputados já anunciaram que são contra o projeto: Heitor Schuch (PSB-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Marcelo Brum (PSL-RS).
“Sou contra esse projeto desde a votação da urgência na Câmara, no mandato anterior”, declarou Schuch.
“Seria muito mais necessário a construção de uma política agrícola que trouxesse renda ao produtor brasileiro, que tem competência, capacidade e sabe trabalhar a terra do que querer entregar nosso tesouro, a terra brasileira, a quem não é daqui. Votarei contra”, antecipou Goergen.
Brum até fez uma petição contra o projeto. “Fizemos uma petição contra o projeto de lei nº 2963/2019, que permite a venda de terras brasileiras para estrangeiros. Uma verdadeira aberração. Vamos vender a nossa produção para os estrangeiros, e não as nossas terras.”
*Com informações da Agência Reuters