Desempenho da agropecuária evitou queda maior da economia em 2020, avalia CNA

O desempenho da agropecuária evitou uma queda mais acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020, segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do país caiu 4,1% no ano passado.
Conforme o IBGE, a atividade agropecuária teve expansão de 2% em 2020 na comparação com 2019, sendo o único setor “no azul” no ano passado. Já o PIB da indústria caiu 3,5%) e dos serviços 4,5%). Os recuos são atribuídos aos efeitos da pandemia de covid-19 nessas atividades.
Apesar de a alta de 2% estar “levemente abaixo das expectativas”, a CNA avaliou, em comunicado técnico, que considera o resultado positivo por causa do ano atípico de 2020, em consequência das restrições impostas pela pandemia e do impacto da desvalorização cambial sobre os custos de produção.
Com esse resultado, a atividade agropecuária, pontua a CNA, ganhou mais relevância no PIB do Brasil, aumentando sua participação de 6,7%, em 2019, para 7,1%, em 2020. Em relação ao agronegócio, que envolve toda a cadeia produtiva, a previsão é de que a participação do setor no PIB total do Brasil suba de 21,4%, em 2019, para 24,5% em 2020.
“A agropecuária segue sua trajetória de alta e, assim, contribui para que a queda no PIB total seja menos acentuada do que poderia ter sido, caso o setor não alcançasse tal resultado positivo”, destaca o comunicado técnico.
Soja e café
Entre os destaques do setor agropecuário, estão a alta na produção de culturas como soja (7%) e café (24,3%), que tiveram safras recordes.
Outro fator que contribuiu para o resultado positivo da agropecuária foi a inclusão da atividade agropecuária como atividade essencial no início da pandemia, o que garantiu a produção, o processamento e a venda, assegurando a segurança alimentar tanto no mercado interno, como no internacional.
“Isso permitiu que o resultado do PIB da agropecuária não retraísse também, o que comprometeria ainda mais o resultado do PIB brasileiro”, assinala a CNA.