Agropecuária

Custo de produção do arroz pode superar R$ 90 na safra 2021/2022, diz Irga

Foto: Carlos Queiroz/Divulgação

O custo de produção do arroz, na safra 2021/2022, está estimado em R$ 90,74 por saco de 50 quilos, considerando uma média de 166,13 sacos por hectare, tendo como referência as últimas três safras. A projeção foi apresentada pelo diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), João Batista Gomes, durante reunião da Câmara Setorial Nacional do Arroz, na Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, nesta quarta-feira (16), na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS).

“Parte desse custo é uma projeção, ou seja, são aqueles itens que ainda não estão consolidados”, disse Gomes, ponderando que a estimativa é um alerta para este ano. O representante da Conab, Sérgio Santos, acrescentou: “Identificamos um significativo aumento tanto do custo variável quanto do operacional e essa elevação está nos levando de volta para um cenário de rentabilidade não muito atrativa para a safra 2021/2022.”

A reunião foi aberta pelo residente da Federarroz, Alexandre Velho. Ele enfatizou que a abertura da colheita do arroz é um evento consolidado no calendário gaúcho e brasileiro. “E a informação é um insumo fundamental para a condução dos negócios.”

Mercado arrozeiro

Sérgio Santos apresentou dados sobre o mercado de arroz (preços, custos, produtividade e exportação). Em relação à produtividade do cereal no estado, ele informou que, devido à crise hídrica decorrente da estiagem, o impacto deve ser uma redução de 11,4%, de acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022. Pontuou também que foi notada, no início de janeiro, uma demanda muito forte pelo arroz brasileiro.

Ao fazer uma análise qualitativa sobre preços, Sérgio Santos sublinhou que há uma tendência de elevação ao longo de 2022. “Os produtores estão mais capitalizados, com capacidade de escalonar mais as vendas. Temos uma safra menor em 2021/2022, boa demanda externa e projeção de superávit. O mercado asiático está bem aquecido.”

Apesar do cenário mais otimista, com expectativa de recuperação dos preços este ano, Sérgio Santos indicou que a elevação dos custos de produção deve frear a rentabilidade.

Números preocupam

O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, afirmou que os números do Irga sobre custos de produção são preocupantes. “A primeira preocupação é com a comercialização da safra e a segunda é com os produtores, que tiveram problemas com custos altos e perdas com a falta de chuvas. Eles ficarão à margem da comercialização, que está se acelerando e melhorando, conforme a Conab, em uma conjuntura de preços melhores.”

De acordo com Daire Coutinho, é preciso encontrar uma solução para evitar uma situação desfavorável aos produtores de arroz. O assunto deve voltar à pauta da Câmara Setorial do Arroz na reunião agendada para o dia 25 de maio.

Auto-regulação

Durante a reunião, o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, destacou a atuação do grupo de trabalho encarregado de elaborar o protocolo de auto-regulamentação:

“A antiga lei de classificação está vencendo e temos um projeto novo indo para o Senado. O texto traz uma nova realidade, focando também na rastreabilidade. Como o setor do arroz é de muita pulverização de produção, temos dificuldades nisso, mas a cadeia assumiu um compromisso com o Ministério da Agricultura de apresentar um projeto de auto-regulamentação.”

A Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas vai até a próxima sexta-feira (18), na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), com atividades presenciais e online.

 

 

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