Brasil tem estoque de fertilizantes para os próximos três meses, diz Anda

O estoque de fertilizantes do Brasil é suficiente para os próximos três meses, informa a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), com base em dados de agentes de mercado. Ainda de acordo com a Anda, o volume atual está acima da média dos anos anteriores.
“O volume atual encontra-se acima da média dos anos anteriores”, observa, em nota, a Anda – entidade que representa a indústria brasileira de fertilizantes.
Segundo o Broadcast, “a manifestação da Anda ocorre em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia e incertezas crescentes quanto ao fornecimento russo de adubos”.
Na avaliação da Anda, “é prematuro avaliar em profundidade os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro” do conflito no Leste Europeu. Na nota, a associação reafirma seu compromisso em buscar atender à demanda nacional, como acontece até o momento.”
Conforme dados da Anda, o Brasil importa cerca de 9 milhões de toneladas por ano de insumos para fertilizantes do Leste Europeu. “Ou seja, em torno de 25% de tudo o que compramos no exterior”, acrescenta.
Cloreto de potássio
Entre os nutrientes, a Anda aponta que “segue atenta” ao fornecimento de cloreto de potássio (KCl). “Mais de 2 milhões de toneladas já estavam comprometidas com as sanções anteriores a Belarus. E a atenção justifica-se, dado que 3 milhões de toneladas de cloreto de potássio têm como origem a Rússia.”
A entidade ressalta ainda que os nitrogenados são outro ponto de atenção, particularmente o nitrato de amônio, porque o Brasil importa volume expressivo da Rússia. “Com relação aos fosfatados, a dependência do Leste Europeu é menor, o que atenua os impactos de abastecimento para a safra atual”, assinala.
“Embora diga que ainda é prematuro avaliar os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro, a Anda destaca que já existem restrições bancária que causam dificuldades para o fluxo de pagamento entre as empresas privadas”, sublinha o Broadcast.
“Outra questão acompanhada com cautela pela Anda é a logística marítima, por conta das restrições que inibem temporariamente o fluxo de navios à região do conflito, acarretando dificuldades para transportar os insumos, como registrado nas operações no Mar Negro. Nesse sentido, o mercado está buscando soluções para cenários como os que estamos enfrentando.”
A Anda lembra que o setor de fertilizantes já encontrava restrições no caso do fornecimento vindo de Belarus em virtude das sanções econômicas impostas por União Europeia e Estados Unidos ao país desde outubro do ano passado.
*Com informações do Broadcast