Agropecuária

Agro do Paraná pede ao governo federal fim de gargalos nas aduanas com o Mercosul

Ministro Marcos Montes (Agricultura) com lideranças do setor avícola e empresários paranaenses – Foto: Divulgação/Sindiavipar

O agronegócio paranaense pediu ao governo federal a adoção de medidas para normalizar o fluxo de mercadorias de origem primária em aduanas brasileiras com os países do Mercosul. A solicitação foi apresentada pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Irineo da Costa Rodrigues, durante audiências com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e com o secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira, em Brasília.

Durante os encontros, nessa quarta-feira (6), Rodrigues expôs os entraves existentes nas aduanas brasileiras para a importação de milho paraguaio. Segundo ele, o atraso de caminhões, represados em filas de espera na operação padrão dos servidores da Receita Federal, tem causado prejuízos e transtornos à avicultura paranaense e aos produtores da Região Sul do Brasil.

De acordo com o presidente do Sindiavipar, os ministros e o secretário da Receita Federal ficaram perplexas com relatos da situação e prometeram providências. Rodrigues estava acompanhado nas audiências do presidente de Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, Danilo Vendruscolo, do empresário Mário Camargo e do deputado federal Vermelho.

“Eles foram muito atenciosos com a avicultura paranaense e com os demais estados do Sul. Nós precisamos de agilidade no posto entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este”, assinalou o presidente do Sindiavipar, acrescentando que a lentidão no transporte tem impactado na segurança dos negócios:

“O Paraguai está colhendo milho e, obviamente, quer fazer contratos com clientes, mas há um receio de realizar contratos de venda futura com o Brasil. Afinal, o país vizinho não tem segurança sobre a capacidade da ponte em escoar os grãos com agilidade. Já tivemos casos de caminhões parados por 12 dias na fila.”

O Brasil, que neste momento colhe bons resultados do milho de 2ª safra, tem expectativas de abastecimento voltadas ao mercado externo, uma vez que a guerra entre Ucrânia e Rússia favorece a competitividade das exportações. “Outro ponto importante é que, cada vez mais, sobretudo no Centro-Oeste, o grão é destinado à produção de etanol. Por isso, precisamos contar com o fornecimento paraguaio”, pontuou Rodrigues.

O milho importado do Paraguai não só supre a cadeia nacional, permitindo que o Brasil ganhe espaço para exportações, como oferece preços mais baixos. Isso possibilita que o setor avícola, principal consumidor do grão, possa diminuir os custos de produção e contribuir para controlar a inflação. Por isso, reforçou Rodrigues, é importante resolver os gargalos que estão atrapalhando o fluxo comercial:

“As aduanas, equipadas na área fiscal pela Receita Federal e na de sanidade por auditores fiscais do Ministério de Agricultura, precisam aprimorar seus recursos para garantir celeridade, pois aí estão gargalos que estão prejudicando a atividade agropecuária no Brasil”, enfatizou o presidente do Sindiavipar.

Rodrigues ressaltou ainda que reconhece a importância da classe trabalhadora pública, que opera as aduanas. “São [profissionais] importantes. São treinados, são bons técnicos, mas se há uma deficiência de pessoal. Vamos ter que trabalhar juntos e resolver isso. Temos que compreender os servidores neste sentido, mas não pode haver prejuízos para todos os consumidores”, assinalou, observando que que a alta da inflação poderia ser atenuada se tivéssemos um fluxo de mercadoria mais rápido, como em outros países.

A expectativa do presidente do Sindiavipar é que, a partir das audiências, o governo federal acompanhe de perto o fluxo de mercadorias na fronteira. Rodrigues salientou que é necessário atenção com as aduanas brasileiras de uma forma geral, como as das fronteiras com o Uruguai e a Argentina, que também sofrem as mesmas dificuldades. “Esperamos uma repercussão positiva. Que o governo, através dos ministérios competentes, venha olhar no detalhe como estão ocorrendo os fluxos na fronteira. O Sindiavipar, como entidade representativa, tem obrigação de entender e estudar estes assuntos, apontando possíveis soluções.”

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