Lula tem plano para o agronegócio
Silas Souza*
Foi nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma que o agro apresentou índices sempre positivos, animadores. O Brasil batia recordes de produção a cada safra. Quando se elegeu pela primeira vez, Lula buscou para seu ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a maior liderança de todos os tempos do setor produtivo rural. Era Roberto Rodrigues. Ninguém, mas ninguém mesmo, entendia mais de agronegócio do que Roberto Rodrigues. Era do ramo. Veio do cooperativismo e da academia. Produtor dedicado. Professor tarimbado.
Nessa época, os Planos Agrícolas e Pecuários eram elaborados, discutidos democraticamente, com a participação proativa das entidades e das lideranças rurais, modelo adotado desde a época de Fernando Henrique, com o ministro Francisco Turra. No lançamento desses planos, sempre com o salão abarrotado de gente no Palacio do Planalto, senadores, deputados, cooperativistas, sindicalistas, produtores (grandes, médios e pesquemos) saiam entusiasmados com as novas regras. Aplaudiam. Era um prato cheio para os repórteres setoristas.
Daí recordes e mais recordes da produção de grãos e de proteína animal. Sim, havia um plano safra exclusivo para a agricultura familiar, com juros favorecidos e medidas de incentivo a este segmento. Os expressivos números que se colhiam no campo assustavam nossos concorrentes, como ocorre até hoje.
Nos governos de Lula e Dilma, a Embrapa foi valorizada. É o que dizem os pesquisadores/cientistas da empresa. A Conab também foi.
O novo plano de governo de Lula (2023/2026) para o setor produtivo rural foi bem elaborado. Nenhuma área ficou fora, nada ficou esquecido. Entre muitas outras medidas, o plano de Lula prevê a criação de uma agroindústria de primeira linha, fortalecimento da produção de insumos, máquinas e implementos agrícolas, além da formação de estoques reguladores para serem “desovados” quando houver alta dos alimentos. Houve preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade.
Mais uma vez, este é o caminho para o Brasil seguir como protagonista na produção agropecuária mundial. Esta missão é possível. Agora, se existe um setor no Brasil que não tem do que se queixar de Lula, este exitoso setor é agronegócio.
*Colaborador do AGROemDIA e especialista em agropecuária
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do AGROemDIA