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A mistificação ambiental

Gil Reis*

Naturalmente o título deste artigo precisa de explicação. Mistificar é fazer (alguém) crer em uma mentira ou em algo falso, abusando de sua credulidade; enganar, ludibriar, iludir (Dicionário Oxford Languages). A ignorância se refere à falta de conhecimento. A palavra ignorante é um adjetivo que descreve uma pessoa em estado de consciência e pode descrever indivíduos que deliberadamente ignoram ou desconsideram informações ou fatos importantes, ou indivíduos que desconhecem informações ou fatos importantes (Wikipédia).

Por que a ignorância leva à mistificação ambiental? Steve Goreham, palestrante sobre energia, meio ambiente e políticas públicas, publicou artigo, intitulado “Linguagem Carbono em Erro Global”, no site MasterResource, no dia 5 de setembro deste ano, explicando isso detalhadamente. Reproduzo trechos do artigo:

“Rotular o dióxido de carbono como ‘carbono’ é tão tolo quanto chamar o sal de ‘cloro’. Carbono e dióxido de carbono (CO2) são substâncias completamente diferentes…. Suponhamos que começássemos a chamar o CO2 de ‘dióxido de carbono’ e parássemos de nos referir a ele como poluente?

Os líderes políticos e empresariais, os educadores e os meios de comunicação falam interminavelmente sobre ‘carbono’. Os apresentadores alertam repetidamente sobre ‘emissões de carbono’ e ‘poluição de carbono’. Estados e províncias anunciam metas de ‘carbono zero’. As Nações Unidas e os grupos ambientalistas defendem uma sociedade ‘de baixo carbono’ e ‘neutra em carbono’. Mas, em vez disso, todos deveriam estar falando sobre ‘dióxido de carbono’, não sobre carbono. Rotular o dióxido de carbono como ‘carbono’ é tão tolo quanto chamar o sal de ‘cloro’. O carbono e o dióxido de carbono (CO2) são substâncias completamente diferentes. O termo ‘carbono’ transmite uma imagem de grafite preta ou fuligem, mas o CO2 é um gás invisível. Parece que o CO2 está sendo deliberadamente nomeado de forma errada para transmitir uma imagem negativa.

As emissões de dióxido de carbono pela indústria são responsabilizadas por aumentar o efeito estufa da Terra e por causar um perigoso aquecimento global. Como resultado, os líderes de todo o mundo falam sobre ‘poluição por carbono’. A ex-administradora da EPA, Gina McCarthy, disse: ‘Vejo o clima como um problema de poluição. É, nas minhas palavras, poluição por carbono. É como qualquer outro poluente.’ A Sra. McCarthy e outros deveriam usar o termo ‘dióxido de carbono’. Mas, além disso, a ideia de que o dióxido de carbono é poluição é um dos maiores equívocos do nosso tempo. O dióxido de carbono não é um poluente. É um gás inodoro, inofensivo e invisível. Não causa fumaça ou poluição atmosférica. A nuvem branca que sobe da torre de resfriamento de uma usina de energia não é dióxido de carbono, é condensação de vapor de água. Você não pode ver o dióxido de carbono.

Inalamos apenas um vestígio de CO2, mas à medida que queimamos açúcares no nosso corpo, produzimos continuamente dióxido de carbono. Cada vez que cada um de nós expira, exaurimos o ar com 100 vezes a concentração de dióxido de carbono que existe na atmosfera. A pessoa média exala cerca de duas libras (0,9 kg) de CO2 por dia. Os cientistas climáticos concordam que o gás de efeito estufa dominante na Terra não é o dióxido de carbono ou o metano, mas o vapor de água. O vapor de água e as nuvens são responsáveis ​​por 70% a 90% do efeito estufa da Terra.

A química do ensino médio ensina que a equação da combustão é: Combustível + O 2 + Calor → CO 2 + H 2 O

Por exemplo: quando o gás natural é queimado, duas moléculas de vapor de água são exauridas para cada molécula de dióxido de carbono produzida. Se rotularmos o dióxido de carbono como poluente porque é emitido pela indústria e aumenta o efeito de estufa da Terra, então a lógica sensata obriga-nos a chamar também a água de poluente, um resultado bizarro.

Na verdade, o CO2 é verde! O dióxido de carbono é alimento vegetal. Centenas de estudos revisados ​​por pares mostram que o CO2 faz as plantas crescerem mais e mais rápido. As plantas produzem frutos maiores, vegetais maiores, caules mais grossos e sistemas radiculares maiores, e são mais resistentes à seca com níveis mais elevados de dióxido de carbono atmosférico. Estudos mostram que todas as 45 culturas que fornecem 95 por cento da produção alimentar total do mundo crescem significativamente com o aumento dos níveis de CO2. O dióxido de carbono junta-se à água e ao oxigênio como uma das três substâncias essenciais para a vida na Terra. No entanto, muitas empresas e a maioria das universidades medem agora, de forma tola, a sua ‘pegada de carbono’ e esforçam-se por reduzir as emissões de CO2.

O termo ‘pegada de carbono’ pretende descrever a quantidade de dióxido de carbono emitida por pessoas ou grupos devido à combustão de combustíveis hidrocarbonetos. Mas tudo o que fazemos na sociedade moderna emite dióxido de carbono. O fabrico, o transporte e a construção de turbinas eólicas, células solares, bombas de calor e veículos eléctricos produzem emissões de CO2, tal como quase todas as outras atividades da sociedade moderna. A captura e armazenamento de carbono (CCS) é outra solução mal rotulada proposta para tentar travar o aquecimento global. Mas nenhum carbono é capturado, apenas gás dióxido de carbono. Além disso, 72% do gás capturado é oxigênio por peso molecular. Seria mais correto chamar o CCS de ‘captura e armazenamento de oxigênio’.

Suponhamos que começássemos a chamar o CO2 de ‘dióxido de carbono’ e parássemos de nos referir a ele como poluente?”

O que mais chama a atenção no artigo é uma informação que os ambientalistas desconhecem: “Os cientistas climáticos concordam que o gás de efeito estufa dominante na Terra não é o dióxido de carbono ou o metano, mas o vapor de água. O vapor de água e as nuvens são responsáveis ​​por 70% a 90% do efeito estufa da Terra.” Tal afirmativa nos leva a informar que “a evaporação é um dos processos que constituem o ciclo da água. A energia proveniente do Sol aquece a superfície livre dos lagos, rios, mares e oceanos. Este aquecimento faz com que uma parte da água evapore, passando para o estado de vapor”.

Conclusão, os maiores responsáveis pelo aquecimento global não são os seres humanos, nós, mas sim os lagos, rios, mares e oceanos quando aquecidos pelos raios solares. É preciso que todos os que lerem este artigo comecem a raciocinar e se perguntem por que somos acusados de sermos os responsáveis pelo aquecimento global? É muito simples: os lagos, rios, mares, oceanos e próprio sol não podem ser processados. Mais ainda: uma enorme campanha movida contra a evaporação não arrecadaria um tostão.

O comportamento da ONU e dos ambientalistas pode ser explicado por uma única frase de Shakespeare – “Como moscas para garotos travessos, assim somos nós para os deuses; eles nos matam para o seu prazer”.

*Consultor em Agronegócio

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do AGROemDIA

 

 

 

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