Agrotóxicos ilegais chegam a 20% do mercado brasileiro, aponta estudo

Os agrotóxicos ilegais representam cerca de 20% do mercado legal do setor no Brasil, segundo o gerente-geral da Embrapa Gestão Territorial e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Claudio Spadotto. O percentual consta do trabalho “Inteligência territorial no monitoramento da entrada de agrotóxicos ilegais no Brasil”, do qual Spadotto é um dos autores.
Segundo o trabalho, as apreensões de agrotóxicos ilegais, contrabandeados e falsificados somaram 654 toneladas no país, entre 2001 a 2016. O estudo – do qual também participaram André Farias e Rafael Mingoti, analistas da Embrapa Gestão Territorial – traz a lista das ocorrências divulgadas pela mídia nos últimos anos.
Se os agrotóxicos legais já representam risco à saúde humana, ao meio ambiente e à economia, os produtores e os consumidores devem ficar ainda mais preocupados com os efeitos de um produto que não tem garantia de qualidade e segurança e é vendido pelo crime organizado.
Localização das apreensões
A publicação da Embrapa, divulgada recentemente, apresenta um mapa com a localização das apreensões de agrotóxicos ilegais e as cidades na fronteira brasileira, assim como os pontos de atuação da polícia rodoviária.
Conforme o levantamento, o maior número de apreensões ocorre na fronteira do Paraná e de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e em grandes áreas de produção agrícola de MT. Também há alguns registros no oeste da Bahia, Pará e Rio Grande do Sul.
“As rotas ilegais de entrada de mercadorias não se restringem às principais rodovias; caminhos clandestinos também podem ser usados”, destaca Spadotto, em artigo.
O levantamento, ressalta Spadotto, evidencia o potencial das geotecnologias no monitoramento da entrada de agrotóxicos ilegais no território nacional, identificando as áreas onde há necessidade de intensificar a fiscalização.
