MST produz 150 mil mudas para reflorestar Bacia do Rio Doce

As estufas e espaços de germinação do Assentamento Liberdade, no município de Periquito (MG), abrigam quase 150 mil mudas de vegetação nativa da Bacia do Rio Doce. Os brotos aguardam a época de chuvas para serem plantados no território, degradado e contaminado após o rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015.
O viveiro de mudas de Periquito é um dos quatro mantidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e que participam do projeto Plantando o Futuro, fruto de parceria com o governo do estado de Minas Gerais.
Jaedson Barbosa trabalha no projeto desde novembro do ano passado, quando foi demitido de uma indústria. Ele conheceu a atividade por meio de um curso de agroecologia: “Para mim, isso aqui é uma terapia.”
O sem-terra do Acampamento Esperança afirma que o projeto é primordial para a atividade produtiva do movimento. “Essas áreas destinadas à reforma agrária estão vindo todas bem surradas e a gente tem que recuperá-las.”
A engenheira ambiental Raquel Vieira da Costa coordena o projeto. Ela explica que as áreas de assentamento para a reforma agrária, em geral, têm impasses ambientais herdados da ocupação anterior.
Ela também destaca a colaboração do projeto para a região da Bacia do Rio Doce, contaminada há dois anos após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG):
“No Rio Doce, o projeto assume uma importância muito grande pela tragédia, pelo crime de Mariana. O movimento sem terra também se coloca à disposição de contribuir com isso, de recuperar a Bacia do Rio Doce.”
Além da Bacia do Rio Doce, o projeto Plantando o Futuro abrange mais 16 territórios no estado em parceria com outras entidades e organizações da sociedade civil.
O governo pretende plantar 30 milhões de árvores até dezembro de 2018 em todo o estado de Minas Gerais e recuperar 40 mil nascentes e 6 mil hectares de matas ciliares.
Da redação, com informações do Brasil de Fato