Assentados se unem para criar cooperativa no Distrito Federal
Assentados de 10 comunidades da reforma agrária do Distrito Federal se uniram para criar uma cooperativa de produção de alimentos. A iniciativa tem o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF).
Cerca de 60 agricultores já manifestaram interesse em participar da cooperativa. Eles estiveram reunidos no pré-assentamento Rosely Nunes, em Planaltina, e elaboraram o estatuto da entidade. A sede será no assentamento El Shaday, no núcleo rural Alexandre de Gusmão, em Brazlândia.
O engenheiro agrônomo Carlos Antônio Banci, do escritório da Emater-DF no núcleo rural Taquara, fez uma exposição sobre as principais vantagens do cooperativismo na produção rural. “A chance de ter sucesso na atividade é bem maior se os agricultores estiverem trabalhando em conjunto”, observou.
Banci explicou que uma cooperativa funciona como uma empresa em que todos os cooperados colaboram e ganham de forma igual. “A entidade pode se organizar para adquirir insumos e a venda é coletiva”, destacou, lembrando que a logística de distribuição e comercialização deve ser bem planejada, pois a concorrência é forte.
Já o gerente de Projetos Especiais da Emater-DF, João Pires — que trata diretamente com os assentamentos —, disse que a empresa está empenhada em apoiar as comunidades nesse trabalho. “Nosso interesse é viabilizar a produção e comercialização.” Segundo João, essas comunidades, juntas, têm 800 famílias em várias regiões do DF.
Projeto agroecológico
A agricultora Edineide Rocha, do assentamento 8 de Março, também de Planaltina, contou que a cooperativa se dedicará ao plantio agroecológico de hortaliças e hortifrutigranjeiros, além da criação de pequenos animais.
“Nosso cuidado é com a saúde do trabalhador, do consumidor e da natureza. Por isso, vamos trabalhar com produtos orgânicos”, disse ela. Edineide ressaltou ainda que o grupo pretende estimular atividades culturais como artesanato.