Agro quer mais alternativas de portos para exportar

O Brasil precisa de mais alternativas de exportação de produtos agropecuários, como os portos do Norte e Nordeste, para desafogar a movimentação no Sul e Sudeste do país. A avaliação é do presidente da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística e vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Mário Borba.
Ao participar da última reunião de 2017 da Câmara Temática de Logística e Infraestrutura do Agronegócio (CTLOG) do Ministério da Agricultura, na sede da CNA, Borba reforçou a necessidade de ampliar as opções de embarques dos produtos do agronegócio.
No encontro, representantes do setor produtivo relataram que nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), principais vias de exportação do agronegócio, estão faltando contêineres para embarcar produtos.
“Precisamos de uma solução imediata para não perder as exportações. Produtores de algodão, madeira e outros setores estão sendo prejudicados pela falta de contêineres”, disse Borba. Uma das consequências é que as cargas chegam com atraso aos países de destino.

Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrtapa) e presidente da Câmara Temática de Insumos, Júlio Cezar Busato, 90% da fibra exportada sai do país por Santos. Mas a sobrecarga no porto paulista e a consequente falta de contêineres têm atrasado os embarques da fibra, o que reforça a necessidade de utilização de outros terminais portuários.
De acordo com Borba, 52% da produção brasileira de soja e milho estão acima do paralelo 16, que engloba parte do Centro-Oeste e as regiões Norte e Nordeste. No entanto, apenas 23% das exportações são feitas pelos portos dessas regiões.
Para alavancar as vendas externas por essas vias, ele ressaltou que são necessárias algumas medidas como a conclusão de trechos da BR-163, da Ferrogrão e da ampliação da capacidade operacional portuária.

Armazenagem
O analista de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Eduardo Vaz, falou sobre o déficit de armazenagem de soja e milho no estado, que responde por 65% da necessidade de estocagem de grãos.
Neste contexto, Vaz apresentou aos integrantes o projeto Armazena MT, para incentivar produtores a construírem seus próprios armazéns na propriedade para evitar prejuízos com a safra.
Da redação, com informações da CNA