Proposta de criação de fundo de apoio à cultura do caju ganha força na Câmara

Ganha força na Câmara dos Deputados a articulação para a aprovação de projeto de lei propondo a criação do Funcaju, um fundo de apoio ao desenvolvimento da cajucultura, nos moldes do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira). Reuniões para debater a proposta estão sendo realizadas na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
O deputado cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB) está coordenando as reuniões. A proposta tem o apoio da bancada do Nordeste. A cajucultura é uma das principais alternativas de desenvolvimento econômico e social do meio rural da região. Os parlamentares entendem que o setor precisa ter um fundo para crescer ainda mais.
Segundo o Sindicato das Indústrias do Açúcar, Conservas Alimentícias e Castanha de Caju (Sindicaju), a cultura é bem adaptada ao Nordeste, gerando emprego e renda num período de entressafra da maioria dos outros plantios, além de produzir matéria-prima para indústrias que também movimentam a economia regional e do país.
Amêndoa, sucos, doces e vinhos
Do cajueiro aproveita-se praticamente tudo, de acordo com a Embrapa. O principal produto é a amêndoa da castanha-de-caju, de onde também é extraída a película que a reveste, rica em tanino e utilizada na indústria química de tintas e vernizes.
Da casca da castanha-de-caju, extrai-se o líquido usado na indústria química e de lubrificantes, curtidores, aditivos. Já o pedúnculo do caju (pseudofruto) é processado por indústrias ou minifábricas para a obtenção do suco ou da polpa congelada, cajuínas e outras bebidas, além de doces.
No Nordeste, o caju também é usado para fabricação de vinho. Um dos municípios que mais produzem vinho de caju é Santa Rita de Cássia, na região de Barreiras, no oeste baiano. O caju é uma das principais fontes de geração de emprego e renda da agricultura familiar de Santa Rita de Cássia.