Governo publica decretos designando mais seis adidos agrícolas

Alceu Nogueira da Gama/Especial para o AGROemDIA
O Brasil agora conta com mais seis adidos agrícolas, totalizando 20 profissionais atuando no exterior. Eles foram designados para a Indonésia, Canadá, Colômbia, Egito, Marrocos e União Europeia. Os decretos de designação, assinados pelo presidente Michel Temer e pelo ministro Blairo Maggi, foram publicados nesta sexta-feira (23) no Diário Oficial da União.
Até o final de 2019, mais cinco adidos agrícolas serão nomeados, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Quatro adidos serão substituídos porque completarão o período de quatro anos no posto.
Segundo o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, a escolha dos países é feita levando em conta quais são os mercados mais relevantes para o agronegócio brasileiro do ponto de vista econômico, estratégico e de cooperação. Os 20 países com adidos são aqueles em que o Brasil tem uma atuação mais forte, tanto em relação ao presente quanto em potencial para futuras negociações.
Os adidos agrícolas, explica o secretário, atuam na agilização das informações, em contatos com os órgãos reguladores dos países onde estão lotados para que os pleitos brasileiros sejam atendidos mais rapidamente. Sem o adido, um pedido de informação pode levar meses. Com o adido, a resposta é imediata.
No episódio da Operação Carne Fraca, por exemplo, os mercados que contavam com adidos agrícolas reabriram em dois dias e meio. Nos países em que não havia esses profissionais, as reaberturas levaram 55 dias.
“Nas missões comerciais do Ministério da Agricultura, a presença do adido é importante”, enfatizou o secretário. “Se há algum problema nas exportações, ele atua para liberar logo. A atuação de um adido é reconhecida não só pelo Mapa, mas também pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo setor produtivo.”
Foram nomeados como adidos agrícolas Guilherme Antonio da Costa Junior (União Europeia, onde o Brasil já tem um adido); Marcus Vinicius Segurado Coelho (Colômbia); Luciana Pimenta Ambrozevicius (Canadá); Nilson César Castanheira Guimarães (Marrocos); Cesar Simas Teles (Egito); e Gustavo Bracale (Indonésia). Eles já estavam no quadro de acesso ao cargo de adido agrícola do Mapa.
Ribeiro e Silva avalia que há outro efeito positivo no processo de seleção do adido agrícola, que servirá de modelo para outras especialidades. Por exemplo, o adido de indústria e comércio.
“A seleção de um adido agrícola é feita por mérito. São várias fases, provas, treinamentos. São oito barreiras. Ele é muito bem qualificado. Eu acredito que essa forma de selecionar o adido agrícola brasileiro vai inspirar outros órgãos brasileiros a selecionar seus adidos pelo mérito, segundo o processo conjunto entre o Ministério da Agricultura e Ministério das Relações Exteriores.”
Em breve, o Ministério da Agricultura deve lançar um fórum virtual para coletas de sugestões à estratégia do Estado brasileiro para ampliar a sua participação no mercado agrícola mundial.