Sempre aos domingos: Milonga Abaixo de Mau Tempo – José Cláudio Machado
“Amada…/Me deu saudade/Me fala que a égua tá prenha,/Que o porco tá gordo,/Que o baio anda solto/E que toda cuscada lá em casa comeu…”
Uma das vozes mais marcantes da música gaúcho, José Cláudio Machado imortalizou os versos que o compositor e também cantor Mauro Moraes compôs para homenageá-lo com a música Milonga Abaixo de Mau Tempo.
Neste Sempre aos Domingos, o AGROemDIA revisita José Cláudio Machado pra matar a saudade…
Milonga Abaixo de Mau Tempo
Mauro Moraes
Coisa esquisita, a gadaria toda
Penando a dor do mango com o focinho n’água
O campo alagado nos obriga à reza
No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas
O olhar triste do gado, atravessando o rio
A baba dos cansados afogando a volta
A manha de quem berra no capão do mato
E o brado de quem cerca repontando a tropa
Agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada molestando o pasto
Ao passo que descampa a pampa dos mirréis
E a bóia que se come, retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser
Amada…
Me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha,
Que o porco tá gordo,
Que o baio anda solto
E que toda cuscada lá em casa comeu…
Coisa mais sem sorte esta peste medonha
Curando os mais bichados, deu febre no gado
Não fosse a chuvarada se metendo a besta
Traria mil cabeças com a bênção do pago
Dei falta da santinha limpando os peçuelos
E do terço de tentos, nas preces sinuelas
Logo em seguidinha é semana santa
Vou cego pra barranca, e só depois vou vê-la
Agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada molestando o pasto
Ao passo que descampa a pampa dos mirréis
E a bóia que se come, retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser
Amada…
Me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha,
Que o porco tá gordo,
Que o baio anda solto
E que toda cuscada lá em casa comeu…
Amada…