Preço de referência do leite ao produtor no RS em dezembro é de R$ 1,5658

O valor de referência projetado para o leite no Rio Grande do Sul em dezembro é de R$ 1,5658, alta de 2,74% em relação ao mês de novembro (R$ 1,5240), informa o Conseleite em nota divulgada nesta quinta-feira 17. No acumulado de 2020, segundo o Conseleite, a elevação real (considerando a inflação) é de 19,67%. O ano “foi caracterizado por altos custos dos grãos e demais insumos”, pontua.
Para 2021, o responsável pelo estudo, o professor da UPF Marco Antonio Montoya, projeta estabilidade, puxada pela estimativa de recuperação da economia. Além disso, assinala, a previsão de volta às aulas e de retomada do trabalho presencial no primeiro semestre de 2021 pode trazer “um gás extra ao mercado”.
Segundo Montoya, o cenário em 2020 foi totalmente atípico e reflete as mudanças nos hábitos de consumo causadas pela pandemia. Isso resultou na valorização dos produtos lácteos e incentivou o consumo do queijo, item que oferece proteína de qualidade de forma prática e mais acessível. “A série deste ano é diferente da de todos os outros. Tivemos preços em alta praticamente o ano todo.”
Apesar disso, o setor alerta para a baixa rentabilidade da atividade. O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, enfatiza que há produtores enxugando o rebanho leiteiro e partindo para outras atividades rurais. Alguns, acrescenta o secretário do Conseleite, Tarcísio Minetto, estão inseminando vacas com sêmen de gado de corte para aproveitar os bons preços do boi. “Isso nos cria algumas dúvidas sobre o aumento de oferta de leite nos próximos meses”, observou Rizzo.
A indústria ressalta que a estabilidade na produção de leite no campo depende da constância na oferta de grãos. Por isso, reforça, é essencial, neste momento, o setor se unir por políticas públicas de estímulo à irrigação, que evitem as constantes perdas de safra, como ocorreu em 2020. “Um dos entraves é a obtenção de licenças para armazenamento de água que nos permitam avançar na irrigação das lavouras de grãos e áreas de pastagens”, completou Rizzo.