Setor de leite volta a cobrar do governo suspensão da importação de leite em pó

O pedido de suspensão imediata das “importações predatórias de leite em pó do Mercosul” foi reforçado ao governo federal pela Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em nota, assinada por várias entidades, o colegiado cobra do governo uma solução para a reivindicação, apresentada em setembro do ano passado pela Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite).
“É imperativo estabelecer medida emergencial para frear o surto de importações predatórias de lácteos do Mercosul”, diz a nota, divulgada nessa segunda-feira (8). As dificuldades enfrentadas pelo setor foram debatidas durante a reunião da câmara setorial na última sexta-feira (5), que contou com a participação da ministra Tereza Cristina. Os representantes da cadeia do leite sugerem “tributar os lácteos importados, da mesma forma que o açúcar brasileiro é tributado para entrar em países do Mercosul, especialmente na Argentina”.
Além das importações, a nota aponta outros fatores que agravam a crise no setor. Entre eles, o “forte aumento generalizado das cotações de insumos, em especial do milho e do farelo de soja, que gerou uma elevação sem precedentes no custo de produção ao longo de toda a cadeia produtiva”.
Outro ponto de preocupação, segundo a nota, é a retração no mercado dos principais derivados lácteos (leite longa vida, queijo muçarela e leite em pó), decorrente do forte descompasso entre e oferta e a demanda. “No caso de demanda, 2021 se inicia com enfraquecimento devido à diminuição do poder de compra dos consumidores, especialmente após o fim do auxilia emergencial.”
O setor conclui a nota dizendo esperar que a ministra da Agricultura apresente o pedido ao presidente Jair Bolsonaro, para “reverter imediatamente os danos causados” pelas importações do Mercosul.
Leia, abaixo, a íntegra da nota: