Fiscais agropecuários aprovam indicativo de greve em assembleia

Do Broadcast
Os fiscais federais agropecuários aprovaram, em assembleia encerrada na noite dessa quarta-feira (25), com 92% dos votos, um “indicativo de greve”. A decisão permite aos agentes paralisarem as atividades a qualquer momento, caso a carreira não seja incluída na reestruturação do governo federal, informou em nota o Anffa Sindical, sindicato que representa a categoria.
Com o indicativo de greve, os auditores agropecuários, que já estão em operação-padrão desde dezembro, vão intensificar a mobilização e esticar ao máximo os prazos para realização das atividades rotineiras.
O Anffa Sindical esclarece ainda que os fiscais federais agropecuários vão manter o ritmo normal de trabalho somente para as atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas perecíveis e de animais domésticos para viagens.
A mobilização também não atingirá a realização de diagnóstico de doenças e pragas, evitando comprometer programas importantes para o Brasil, de prevenção à febre aftosa, à peste suína africana (PSA) e a outras doenças que poderiam colocar em risco políticas sanitárias do setor agropecuário.
Descontentamento com o governo federal
Segundo o presidente do Anffa Sindical, Janus Pabro, a votação recorde “reflete o sentimento dos Affas com relação ao tratamento que vêm recebendo do governo federal”. “Os auditores agropecuários mandaram o recado. “Eles querem reconhecimento do trabalho realizado e da relevância da carreira para o desempenho positivo do agronegócio brasileiro.”
De acordo com o Anffa Sindical, a decisão reflete também a insatisfação dos fiscais com a situação que se arrasta desde dezembro, especialmente porque o governo federal já havia sinalizado com a possibilidade de inclusão da carreira na reestruturação salarial, junto com outras categorias.
A nota informa que a carreira está sem reajuste salarial desde 2017 e vem trabalhando com déficit de 1.620 fiscais, com excesso horas extras e banco de horas que, na maioria dos casos, não podem ser convertidas em folgas, pela carência de servidores.