Fórum Abag reúne as melhores práticas sustentáveis da Amazônia

A Agropalma sequestra anualmente 140 mil toneladas de CO2 (dados de 2015) e alcançou o primeiro lugar no Scorecard do Greenpeace para produtores de óleo de palma ao ser escolhida com a melhor processadora do produto no mundo, segundo o CEO da empresa, Marcello Brito.
Maior processadora individual de óleo de palma da América Latina, com plantações no interior do Pará, instalações para extração do óleo em Belém e uma unidade de refino em Limeira, no interior paulista, a Agropalma investe em ações de sustentabilidade ao longo dos seus 35 anos de atividade.
As ações desenvolvidas pela empresa foram apresentadas por Marcello Brito durante o Fórum Abag – Agronegócio Responsável na Amazônia, na última segunda-feira (18), em Belém. O evento foi promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), com apoio da Associação Brasileira de Óleo de Palma (Abrapalma) e da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).
Durante o encontro, lideranças empresariais das principais culturas produtivas da região amazônica fizeram relatos sobre as atividades de sustentabilidade ambiental que estão desenvolvendo.
Filho e neto de fazendeiros, o pecuarista Mauro Lúcio de Castro Costa, dono da Fazenda Marupiara, localizada em Tailândia-PA, contou que segue com rigor a legislação ambiental vigente na região e utiliza somente 20% dos 4.350 hectares da propriedade, onde recria e engorda boi.
Para ele, a pecuária sustentável é sinônimo de eficiência. “O desmatamento é produto principalmente de especulação imobiliária. Uma propriedade sem reserva legal está ilegal e não deveria poder ser vendida ou registrada”, ressaltou o produtor.
Cláudio Sugaya, diretor da Cooperativa Agrícola de Tomé-Açu (Camta), fundada por migrantes japoneses em 1949 e originalmente criada para agregar os produtores de pimenta-do-reino, também reforçou a importância da sustentabilidade. Hoje, a Camta trabalha basicamente com frutas.
“Nosso sistema é focado principalmente na produção da agricultura familiar em sistemas agroflorestais com assistência técnica repassada aos cooperados”, assinalou Sugaya.
A Camta congrega 131 cooperados e reúne mais de 1.800 produtores, envolvendo cerca de 10 mil empregos, num processo voltado à industrialização do suco com vistas ao mercado nacional e às exportações.

Cacau
O diretor executivo da AIPC, Eduardo Bastos, abordou o atual cenário da produção e processamento de cacau no Brasil. Segundo ele, o maior desafio dessa indústria é aumentar a produtividade para dar conta da demanda crescente.
“A atual safra é insuficiente para atender a demanda interna, que deve voltar a crescer na média de 2% ao ano e existe capacidade instalada da indústria, atualmente na casa de 275 mil toneladas por ano”, afirmou o executivo.
De acordo com Bastos, o cacau é o tipo de cultura plenamente compatível com a preservação da Amazônia, pois atende ao tripé sustentabilidade ambiental, social e econômica.
“No ambiental, por seu uma cultura nativa do bioma amazônico, tem grande potencial de recuperação por meio de APP [Área de Preservação Permanente] e também de áreas degradadas, auxiliando no sequestro de carbono, além de melhorar o solo e a retenção de água.”
No campo social, acrescentou o executivo da AIPC, a cultura do cacau possibilita alta geração de emprego e renda. “Já na área econômica, as vantagens são alta renda, chegando a US$ 1.000 por hectare, e liquidez plena e impacto na cadeia, que envolve insumos e comércio, com elevado poder de valor agregado”, disse Bastos.
O Fórum Abag – Agronegócio Responsável na Amazônia contou também com as participações do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará, Giovanni Corrêa Queiroz, e do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Feapa), Carlos Fernandes Xavier.