CNA cobra mais acesso a crédito para agricultura de baixo carbono
O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Muni Lourenço Silva Júnior, quer mais flexibilidade para ampliar o acesso dos produtores rurais aos recursos do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) destinados à adoção de técnicas sustentáveis nas propriedades.
De acordo com Muni Lourenço, o acesso dos produtores rurais da Amazônia, por exemplo, é “irrisório” e uma das dificuldades encontradas na região é a lentidão no programa de regularização fundiária.
“O título da terra é uma das primeiras exigências para conseguir as linhas de crédito e boa parte dos produtores da Amazônia não tem”, observa ele, que também é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea).

Ele destaca o compromisso do produtor brasileiro com a sustentabilidade ambiental, mas ressalta as barreiras encontradas na hora de obter a linha de crédito do programa para financiar tecnologias de baixo carbono. “Há uma série de questões estruturantes que dificultam o acesso de uma parcela significativa de produtores aos recursos.”
Para Muni Lourenço, o governo federal precisa ficar taxas de juros diferenciadas para os produtores rurais no Plano ABC, composto por sete programas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais; e Adaptação às Mudanças Climáticas.
Muni Lourenço participou na quarta (15) de um debate sobre agricultura de baixo carbono, em um dos painéis realizados no Espaço Brasil, com a participação de representantes do governo e especialistas, na 23ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Bohn, na Alemanha. O conferência termina neste sábado (18).