Agro investe no uso racional da água, diz presidente da Aiba em fórum global

O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Celestino Zanella, apresentou uma pesquisa sobre o potencial hídrico do oeste da Bahia, nesta terça-feira (20), durante o painel de Políticas de Segurança Hídrica, no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília. O estudo trata dos rios e aquíferos da região, uma das principais produtoras agrícolas do país, e do uso racional dos recursos hídricos.
Zanella também expôs aos participantes do evento, que começou no domingo (18) e vai até sexta-feira (23), o panorama da produção de alimentos no oeste baiano, cujo modelo está sendo copiado por outros países.
“Um dos setores que mais demandam água é a agricultura. Por isso, o segmento tem investido cada vez mais em tecnologia para fazer o uso racional desse bem comum a todos”, disse o presidente da Aiba.
De acordo com Zanella, a região tem um modelo de agricultura de precisão, com técnicas eficientes de irrigação, capaz de combater o desperdício de água e aumentar a produtividade sem tanta pressão por recursos hídricos.
“O produtor rural tem a missão de alimentar o mundo. Por isso, tem que continuar plantando para abastecer uma população cada vez maior. Para tanto, precisamos desenvolver uma agricultura sustentável, para garantir comida e água”, destacou,
Para ele, não se pode falar em crise hídrica sem antes mensurar os recursos. “O estudo propõe quantificar e qualificar as águas subterrâneas e superficiais da região para propor um modelo de gestão que seja sustentável, garantindo seus múltiplos usos, incluindo a irrigação.”
O dirigente da Aiba enfatizou ainda que o produtor rural não pode ser visto como vilão. “Ele é o maior interessado em preservar os rios, porque o seu negócio depende disso. Se o rio secar, inviabiliza o sistema de produção. É dele que tiramos o nosso alimento e o da nação inteira. Para continuar produzindo, a gente precisa da água.”
Zanella assinalou também que nenhum produtor, “em sã consciência”, investirá num sistema de irrigação caríssimo para implantar em uma área que corre o risco de secar. “É ingênuo pensar que alguém queira perder dinheiro e colocar a segurança alimentar em risco.”
O uso racional da água, ressaltou Zanella, é uma preocupação constante dos produtores rurais. “Eles têm investido cada vez mais em novas tecnologias e em pesquisas, cujos resultados podem mudar a forma de produção. Os agricultores do oeste da Bahia também têm financiado ações de recuperação de nascentes e preservação do meio ambiente.”