Em Berlim, Maggi denuncia campanha para enxovalhar o Brasil

“Campanhas mal-intencionadas de competidores ineficientes tentam denegrir a trajetória mais vitoriosa de um país tropical [o Brasil] no mercado internacional agropecuário”, disparou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, ao discursar no Fórum Global para a Alimentação e a Agricultura (GFFA), nesta quinta-feira (18), em Berlim.
Maggi destacou ainda que “o exemplo inovador do Brasil, aliando produção com sustentabilidade, poderá minimizar os efeitos do aquecimento global, conservar a biodiversidade e contribuir para a segurança alimentar e para a qualidade de vida no planeta”.
“A legislação ambiental brasileira é uma das mais rígidas e exigentes, principalmente com os produtores rurais”, afirmou o ministro. O Código Florestal, aprovado em 2012, estabeleceu regras específicas para a atividade agropecuária, definiu áreas de preservação nas margens de rios e fontes, topos de morros e encostas, criando corredores ecológicos e preservando a biodiversidade, observou Maggi.
“O rebanho brasileiro aumentou de 145 milhões, em 1990, para 218 milhões em 2017, reduzindo o tamanho da área de pasto, no período, de 188 milhões de hectares para menos de 167 milhões”, acrescentou o ministro. Essa tendência, observou, tem sido intensificada com o uso de tecnologias como a integração agricultura, pecuária e florestas.
O ministro ressaltou que foi ainda mais significativo o incremento na produção de grãos, de 386%, em 40 anos, enquanto o aumento de área foi de 33%. “O uso de tecnologia e da inovação, em ambiente tropical, propiciou plantio de duas safras por ano com a fixação biológica de nitrogênio e o plantio direto, além de técnicas que auxiliam na incorporação de matéria orgânica e na proteção dos solos do Cerrado”.
De acordo com Maggi, o Brasil encontrou algumas respostas para o desafio do planeta de produzir alimentos para mais 1 bilhão de pessoas até 2030, crescimento populacional previsto pela Organização das Nações Unidas.
Proteção ambiental
Maggi enfatizou ainda que as propriedades rurais no Brasil são obrigadas a contarem com área de proteção permanente, que varia de acordo com o bioma. Na Amazônia, citou, 80% da área devem ser protegidas, no Cerrado, 35% e nos demais biomas, 20%, sem que os produtores recebam subsídios do governo por isso.
O resultado desse esforço dos produtores rurais e da sociedade brasileira, disse o ministro, é a preservação de 66,3% do território brasileiro coberto por vegetação nativa, sendo que 20,5% se encontram em propriedades rurais. Os 66,3% do território nacional compreendem 5,64 milhões de hectares, área maior do que a de 28 países da União Europeia.
Sequestro de carbono
Desde 2009, assinalou Maggi, o governo executa o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que financiou mais de 30 mil projetos e investiu cerca de US$ 6,4 bilhões até o ano passado.
Hoje, informou o ministro, mais de 12 milhões de hectares adotam o sistema integrado de agricultura, pecuária e floresta. O modelo permite o uso mais eficiente da terra, preservando solos e recursos hídricos, unindo produtividade, bem-estar animal e diversificação da produção, além de aliviar a pressão para a abertura de novas áreas de produção.
Conforme Maggi, o sucesso dessas e outras iniciativas brasileiras pode levar a atividade pecuária a ter sequestro de carbono de até 4,5 bilhões de toneladas nos próximos 30 anos, com a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e o reflorestamento de 12 milhões de hectares, até 2030.
Da redação, com informações do Mapa