Importância dos micronutrientes para o cafeeiro

Thamiris Bandoni Pereira*
O manejo nutricional é fundamental para que o cafeeiro possa expressar seu potencial produtivo, mantenha o vigor em safras sucessivas e reduza sua bienalidade.
Segundo Malavolta, E. (1976) a quantidade de minerais que o café retira do solo e que está contida em todas as partes da planta se denomina “extração”; a “exportação” se refere aos elementos existentes nos frutos colhidos. Em ordem de importância, um cultivo típico de café realiza as seguintes exportações:
- Macronutrientes: K>N>Ca>Mg>S>P
- Micronutrientes: Fe>Zn>B>Mn>Cu>Mo
Abaixo estão descritas algumas informações sobre o micronutriente boro e zinco:
Boro: o boro intervém na reprodução das plantas e germinação do grão de pólen; está envolvido com a translocação dos açúcares atuando no transporte das folhas para os demais órgãos da planta; atua na divisão, maturação e na diferenciação celular; na síntese de celulose e lignina, conferindo maior tolerância do cafeeiro às pragas e doenças e está diretamente envolvido com o metabolismo do Ca, atuando na formação da parede celular.
Os sintomas de deficiência do B ocorrem inicialmente nas folhas mais novas do cafeeiro. Com o agravamento da deficiência de B, pode ocorre a morte da gema apical, provocando o superbrotamento.
A aplicação do boro via solo é a mais eficiente e duradoura, mantendo, normalmente, níveis foliares adequados por 1,5 ano, provavelmente pelo caminhamento em profundidade e sua absorção, pelas raízes do cafeeiro, de camadas mais profundas do solo. A dose indicada em cafezais adultos, é de 2-6 kg de boro por ha, de fontes usuais como ácido bórico, bórax e ulexita, com as doses menores em solos mais leves (Fundação Procafé).
Zinco: O zinco atua como catalisador na formação do triptofano, precursor do ácido indol acético, hormônio responsável pelo crescimento meristemático, influindo, portanto, no crescimento da parte aérea do cafeeiro.
Com a deficiência de zinco os internódios na extremidade dos ramos ficam curtos, ocorre morte de ramos e as plantas acabam ficando cinturadas, conhecendo-se também como plantas de “pescoço pelado”. Nos ramos as novas brotações formam “rosetas” . A falta do nutriente também provoca a redução no tamanho dos frutos. As folhas de plantas carentes em zinco se apresentam pequenas e afiladas
A pulverização na folhagem é a forma eficiente para suprir a necessidade do nutriente, porém a aplicação via solo na dosagem de até 6 kg/ha/ano também é muito utilizada.
Referências: Toxidez de boro prejudica mais cafeeiros jovens- pelos sintomas é fácil identificar. J.B. Matiello, A.W. Garcia e S.R. Almeida.- Fundação Procafé.
Deficiência de zinco provoca cinturamento em cafeeiros. J.B. Matiello- Fundação Procafé
*Engenheira Agrônoma da Cocatrel (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas), de MG