Exportações de gado vivo: Presidente da FPA critica ONGs e diz que “Judiciário se corrigiu”

“Foi uma decisão errada [a de proibir as exportações de gado vivo em todo o país]. Agora o Poder Judiciário se corrigiu [com a cassação da liminar que impedia o comércio exterior de bovinos vivos]”, disse nesta terça-feira (6), em Brasília, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). “Mesmo assim, é um absurdo como determinados segmentos da Justiça tratam o setor rural.”
O parlamentar mato-grossense também criticou o comportamento de organizações não governamentais (ONGs) que atuam contra o setor agropecuário e recorrem à Justiça para fazer prevalecer suas posições. “Enquanto as ONGs continuarem agindo assim, o país só vai para trás. AS ONGs têm que discutir é com o Congresso Nacional [as suas propostas de mudanças de leis].”
Na reunião da FPA desta terça, parlamentares e representantes de diferentes cadeias produtivas se mostraram incomodados com as decisões tomadas pela Justiça Federal em São Paulo, na semana passada, em ação civil publica ajuizada pela ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, tendo como réu o governo federal.
Na primeira decisão, a Justiça Federal impediu a partida de um navio do Porto de Santos, com mais de 25 mil bovinos vivos, pertencentes ao frigorífico Minerva, com destino à Turquia. Depois, ela proibiu as exportações de gado vivo em todo o país. As duas medidas foram derrubadas, no domingo (4) e na segunda-feira (5), por meio de recursos apresentados pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, com mais de 215 milhões de cabeças, o Brasil é um dos seis maiores exportadores globais de gado vivo. Em 2017, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as vendas externas de bois vivos totalizam cerca de U$ 263 milhões. As exportações para a Turquia – principal mercado e destino dos animais – representaram U$S 138 milhões desse total.