Crédito rural: Faesp quer juros reais alinhados à Selic, hoje em 2,5%
“Qualquer redução na Selic, em tese, é positiva para todos os setores, inclusive o agronegócio. Mas, na prática, a queda não tem gerado grande efeito positivo para os produtores rurais, pois os juros reais praticados pelo mercado não estão alinhados à taxa básica, encontrando-se em patamar superior”, diz Tirso de Salles Meirelles, vice-presidente do Sistema Faesp-Senar/SP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
Com a Selic em 2,5% ao ano, o mercado financeiro projeta uma redução de 0,25 ponto percentual. Além disso, as linhas de crédito específicas para o setor disponibilizadas pelo governo também estão acima da Selic, na casa de 5% a 6% ao ano, e não vão variar, pois não são atreladas a ela.
“Por isso, esperamos que os juros na ponta do mercado financeiro acompanhem de modo mais próximo as diminuições da taxa básica, o que não vem ocorrendo, pois ainda se verifica uma discrepância”, observa Meirelles.
Paralelamente, a queda da Selic pode contribuir para movimentar a economia, porque ajuda os consumidores a comprarem mais, num efeito em cascata com impacto positivo em todos os setores.
“A expectativa é que, paulatinamente, os juros reais aproximem-se cada vez mais da taxa básica. Isso é importante para que o agronegócio tenha mais competitividade, inclusive perante seus concorrentes internacionais”, pondera Meirelles.
“Outro ponto importante é que, com a queda dos juros, a sociedade vai passar para o setor produtivo a retomada da economia, pois vai permitir a geração de emprego e renda em diversos setores, como economia, comércio e construção, por exemplo”, completa o dirigente da Sistema Faesp-Senar/SP.