Começa domingo vazio sanitário do algodão no oeste baiano

A partir de domingo (20), está decretado o início do período do vazio sanitário nas lavouras de algodão do oeste da Bahia. Esse é o momento em que os restos de plantas vivas em áreas recém colhidas devem estar eliminados para evitar que se multipliquem e possam promover a proliferação de pragas e doenças, como o bicudo do algodoeiro, principal inimigo do cotonicultor. O vazio sanitário se estende até 20 de novembro no oeste baiano. No sudoeste do estado, o calendário teve início em 1º de setembro e vai até 30 de outubro.
O controle das pragas nas lavouras de algodão da Bahia conta com apoio do Programa Fitossanitário da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), referência na área agrícola em todo o Brasil. Nesta safra, em reta final de colheita, a campanha “Não ao Bicudo” garantiu uma produtividade média de 300 arrobas/hectare em uma área de 313.556 mil hectares. Esses resultados representam a manutenção da produção histórica em torno de 1,5 milhão de toneladas de algodão (caroço e fibra).
A redução dos índices de bicudo depende ainda da colaboração dos agricultores, cumprindo o período do vazio sanitário e deixando tudo pronto para o plantio safra seguinte.
“O bicudo é uma praga de controle coletivo. O Programa Fitossanitário cumpre a sua parte, mas cabe aos agricultores fazerem o dever de casa”, diz o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato. Ele credita as altas produtividades em grãos e algodão alcançadas no oeste baiano ao comprometimento tanto das associações, quanto dos próprios produtores.
“Este trabalho foi iniciado há muitos anos, coordenado pela Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia) e pela Abapa e reforça aos produtores a importância do combate às pragas. A conscientização em seguir as recomendações do vazio sanitário resulta em ganhos de produtividade e econômicos de toda a região”, ressalta Busato.
O oeste da Bahia responde por 5% de todo o volume de grãos e fibra produzidos no Brasil. É responsável pelas maiores produtividades nacionais em soja e milho e detém a mais alta em algodão não irrigado do mundo.
De acordo Busato, o combate às pragas e doenças é decisivo para que o agricultor possa produzir cada vez mais, em menores áreas e conservando os recursos naturais. “Temos ferramentas novas, tecnologia avançada e os resultados mostram que a união, através de associações, fortalece a ideia de que é possível produzir de forma sustentável e consciente.”
Da Abapa